A partir do movimento contracultural de maio de 1968, quando os muros de Paris foram suporte para inscrições de caráter poético-político, a prática do grafite generalizou-se pelo mundo, em diferentes contextos, tipos e estilos, que vão do simples rabisco ou de tags repetidos , como uma espécie de demarcação de território, até grandes murais executados em espaços especialmente designados para tal, ganhando status de verdadeiras obras de arte. Os grafites podem também estar associados a diferentes movimentos e tribos urbanas, como o hip-hop, e a variados graus de transgressão.
Dentre os grafiteiros, talvez o mais célebre seja Jean-Michel Basquiat, que, no final dos anos 1970, despertou a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de ManhattanPosteriormente Basquiat ganhou o rótulo de neo-expressionista e foi reconhecido como um dos mais significativos artistas do final do século XX.
Tag de um escritor da Filadélfia, final dos anos 60.
Abaixo a ditadura’, foto do jornal Manchete publicada no livro ‘68: a paixão de uma utopia’ de Daniel A. R. Filho e Pedro de Moraes.
Alexandros Vasmoulakis
Atenas _Grécia_ 16 de maio de 2008
Speto
http://www.speto.com.br/
Os Gêmeos
Kelburn Castle
Estêncil
Um estêncil (do inglês stencil) é um desenho ou ilustração que representa um número, letra, símbolo tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata, que possa ser delineada por corte ou perfuração em papel, papelão, metal ou outros materiais. O estêncil obtido é usado para imprimir imagens sobre inúmeras superfícies, do cimento ao tecido de uma roupa.
Ma3us
O pintor Jean-Michel Basquiat, nascido no Haiti, em 1960, iniciou sua carreira grafitando as paredes e muros de Nova York. Surgiu no final da década de 70, chamando atenção pelo alto nível de suas obras. Em seus grafites, apropriava-se de símbolos de variadas culturas (Astecas, Gregos, Africanos, Egípcios etc) e de obras famosas, como a Monalisa, de Leonardo da Vinci. Dava prioridade, entretanto, à ícones da cultura e consumo americanos, principalmente no contexto político e social.
As temáticas encontradas em suas obras refletem suas preocupações, como o genocídio e a opres- são, em "Missionaries" e o racismo, em "Ghetto","Hollywood Africans" e "Harlem". Basquiat já mostrava os passos que o grafite iria tomar, deixando de ser apenas traços e formas ilógicas, para traduzir os problemas mundiais.
Bastante influenciado pela mídia, mesclava os diversos conhecimentos que adquiriu em frente à TV, transformando desenhos, e tudo que o chamasse atenção, em pinturas. Assinava suas obras como "SAMO", porém, com os excessivos elogios da imprensa americana, passou a usar: "SAMO is dead", mostrando seu repúdio à massificação de seus desenhos pela imprensa.
Com 21 anos já participava da sua primeira coletiva em Nova York, indo logo depois expor em Modena, na Itália. Com Andy Warhol, o gênio da pop art, formou dupla, onde chegaram a pintar à quatro mãos e realizar belas obras. A morte de seu mestre levou Basquiat a depressão e a se afundar em drogas, morrendo em 12 de agosto de 1988, graças a um coquetel de heroína e cocaína.
Mona Lisa - 1983
The Estate of Jean-Michel Basquiat
Collection Ambrous T. Young
Untitled (Prophet I) - 1982
The Estate of Jean-Michel Basquiat
Private collection (courtesy Galerie Jan Krugier, Ditesheim & Cie, Geneva)
Tenor - 1985
The Estate of Jean-Michel Basquiat
Private collection (courtesy Galerie Bruno Bischofberger, Zürich)Para saber mais:
Filme : Basquiat (1996), direção de Julian Schnabel
http://www.youtube.com/watch?v=foerFJqupYM
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